domingo, 15 de maio de 2011

A vela



O camarada é brasileiro, gosta de feijão com linguiça, torce pro Corinthians Sport Club, estuda e sempre que pode esta trabalhando. Gosta de rock, animes e se divertir com os amigos. Fala de forma comum, uns palavrões aqui, outros ali, se expressa como um jovem qualquer. Esse é um exemplo de um amigo outrora considerado ateu. As coisas mudam, o companheiro perde o trabalho, o time cai pra segunda divisão, vai mal nos estudos, o rock parece não ter mais a mesma mágica de antes. A garota que ele amava não estava nem aí pra ele. O cara acha que tem alguma coisa errada. Deus. A mãe fala que é falta de deus, a avó diz que está orando pelo neto, o pai tem fé que tudo vai dar certo. Os exemplos de vida mais próximos o envolvem num clima de total submissão ao inexplicável e ao improvável. Dizem que os milagres acontecem a toda hora, que basta "crer para que Ele faça o trabalho dele". Como se acreditar em algo fosse torna-la algo real, palpável. O pensar, que era comum, rareou. Tudo tornou-se obscuro e de difícil compreensão. A chama da vela que o rapaz mantinha acessa apagou-se e infelizmente ele se infectou, cristianizou-se.

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