segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Atributos de deus ?



Outro dia estava debatendo com uma teísta, quando rolou o assunto sobre livre-arbítrio.E fiquei pensando um pouco, sobre livre-arbítrio, onisciência e onipotência, resolvi colocar algumas conclusões minhas aqui.Alguns já devem ter lido, ou escutado algumas coisas que irei dizer, porém gostaria que lessem.


Vou começar com os conceitos:
Onisciência, é o designo para um deus que tem a capacidade de saber de tudo, em todos os lugares, ao mesmo tempo e infinitamente.
Livre-arbítrio, é dado a nós, criaturas, como conceito ou filosofia de que somos livres para fazermos nossas escolhas, independente de para o bem ou para o mal. Com essas escolhas decidiríamos aonde passaríamos a eternidade.Onipotência, é designado também para um deus que tem o poder de fazer tudo, qualquer coisa, como transformar nada em mundo, e criar seres dotados de inteligência, como nós.Agora pense um pouco sobre o livre-arbítrio, como disse nós somos capazes de escolher, porém com a onisciência deus saberia o que iríamos fazer, assim não poderíamos surpreende-lo. Ou seja, não importa nada, ele já sabe se vamos para o inferno ou para o céu, antes mesmo de nossos avós nascerem.

Isso não refuta totalmente a ideia de livre-arbítrio, porém é algo a se pensar.

Onisciência, também pode ser usada em, deus não sabia que o diabo iria revoltar contra ele, e não pode fazer nada ?Onipotência, deus com todo seu poder não foi capaz de deter o diabo, ou seja ele não possuí toda onipotência.

Com o poder de um deus, ele preferiu matar seu filho, mesmo sabendo que ressuscitaria, ao invés de com seu poder, fazer simplesmente tudo melhorar. Uma desculpa usada seria livre-arbítrio, porém com algumas reflexões percebemos o absurdo.
Ele, criou o mundo e se arrependeu, mas ele já não sabia que iria se arrepender, por que o fez ?
Ele, tendo a onipotência, por que não fez um mundo perfeito, já que é provido de todo poder ?
Algumas baboseiras que os teístas falam, porém não fazem idéia do que falam.

Afinal, tem razão, quem usa a razão.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Carpe Diem



“O cético não tem ilusões sobre a vida, nem uma crença inútil na promessa de imortalidade. Já que a vida aqui e agora é tudo o que podemos conhecer, nossa opção mais sensata é vivê-la ao máximo.”
 Paul Kurtz

Não são raras as vezes em que sou perguntado como consigo viver sem a ideia de que existe um deus pai que me protege, que me ama e que me promete uma vida eterna perfeita, como eu consigo conviver com a incerteza, ou com a ideia de que terei um fim definitivo, que minhas memórias, que tudo o que eu conseguir, serão completamente apagados com o tempo.

Para ser bem sincero, não posso negar que a existência de um Deus bondoso seria bastante confortável, e, mais ainda, a existência da vida apos a morte. Não posso negar também que já me peguei diversas vezes filosofando a respeito do fim - Do meu, da humanidade, da Terra e do Universo.


Mas, o ser humano possui um complexo de narcisismo e egocentrismo que o impede de admitir a verdade.
Tenho que confessar que por algum tempo, mesmo depois de já não acreditar em Deus, continuei acreditando em almas, em vida eterna (embora não no paraíso) ou em ressurreição, principalmente pelo medo do que seria esse fim.

Mas, depois de muito pensar, não surgiu nenhuma opção mais confortável e plausível, se não aceitar que eu não sou infinito, mas tudo tem um lado bom:
Você já se perguntou o porque da água ser a substância mais essencial a vida e, mesmo assim, ser tão barata? Afinal, apenas surgiram as campanhas para o seu uso racional depois que perceberam que ela podiam “acabar”! Antes (e até hoje) a água é desperdiçada aos montes. Sabem por quê? 
Porque só damos real valor as coisas quando elas são finitas, e, principalmente, raras. O que da valor as coisas não é sua utilidade, é sua raridade.

Sou capaz de apostar como qualquer teísta no mundo vai discordar de mim quando eu dizer que só a visão ateísta e cética do mundo possibilita um aproveitamento total da vida. Que você só vai saber o verdadeiro valor de estar vivo, quando souber o quão improvável e único é estar vivo!

Mas admita por um momento sequer a possibilidade de não haver nenhum deus ou vida apos a morte, e pense, qual a probabilidade de você estar vivo?
Vamos partir do fato mais recente antes da sua concepção: 200 a 500 Milhões é o número médio de espermatozóides liberados pelo homem na ejaculação, 1 é o número médio de espermatozóides que chegam ao óvulo, quando chega. Cada espermatozóide é geneticamente diferente, o que nos leva a crer que resultaria em uma pessoa completamente diferente.

Então as chances de você estar vivo são de 1 em 500 milhões? 
Não, são extremamente menores. Bem, cada óvulo produzido pela mulher também é geneticamente diferente, ou seja, para você nascer, seus pais teriam que copular no momento certo, e o espermatozóide certo teria que chegar ao óvulo. 
 As chances diminuem ainda mais se eu disser que se o seu pai ou sua mãe fossem “diferentes”, você não teria nascido, ou seja, se o mesmo processo improvável não tivesse ocorrido exatamente como ocorreu com seus avós, seus pais não teriam nascido e, por consequência, você também não. Eu posso dizer o mesmo dos seus tataravós, e assim consecutivamente, até chegarmos no “ancestral comum” mais primitivo existente. Se não tivesse ocorrido tudo exatamente como ocorreu, incluindo as piores guerras e desastres, os “casos de amores proibidos”, as gravidez indesejadas, etc., você não estaria aqui. Assim como cada escolha sua resulta em mudanças drásticas não só na sua vida, mas na de milhares de descendentes seus.

Isso tudo sem considerar milhares de eventos anteriores ao surgimento da vida. Posso afirmar que é mais provável que alguém acerte os números da mega-sena milhares de vezes em sua vida, do que este alguém estar vivo.
         E para você que acredita na vida apos a morte, eu proponho uma aposta de pascal diferenciada:
            Viva como se não houvesse o amanhã ou a vida apos a morte, porque, se não tiver, você terá aproveitado, e, se tiver, você não vai ter perdido nada. 
            Viva sua vida o mais intensamente possível, e evite “perder” qualquer segundo que seja. Viva o agora, nunca deixe de ser feliz hoje pelo amanha, muito menos pelo ontem. O que já passou não importa, e você não sabe quanto tempo você tem para viver e aproveitar.
            Esqueça o pecado, esqueça o herege, o proibido, as etiquetas, a diplomacia, esqueça as regras, o certo e o errado. Mas lembre-se, existem outras pessoas querendo viver tanto quanto você, não as atrapalhe.
            A vida é o bem mais precioso que você pode possuir, não a desperdice!

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Interpretando Gênesis - Adão, Eva e o Fruto Proibido





Depois de ter feito a interpretação do primeiro capítulo deste tão adorado livro, relatando como surgiram o universo, a terra, e todos os seres que aqui habitam, vamos para o segundo capítulo. Relatando então como aconteceu o pecado original e como Deus resolveu punir os pecadores.
            Alguns possíveis argumentos já estão respondidos no outro texto, e não me darei ao trabalho de escrever tudo de novo. Por isso,  antes de me xingar, ou de dizer que esta história não deve ser interpretada literalmente, leia as primeira linhas do texto “Interpretando Gênesis – A Criação” postado aqui no blog, e me diga como diabos a Bíblia deve ser interpretada e como realmente tudo aconteceu. Já aproveite também para me dizer porque Deus preferiu esconder a verdade por trás de “versos poéticos que não devem ser interpretados literalmente” e porque por tantos anos a Igreja tinha isso como verdade absoluta, e muitos ainda o tem.
            Ok, já podemos começar:
            Temos aqui outra versão da criação, isso mesmo, uma maneira diferente, de contar a mesma história, no mesmo livro. É como se no final de chapeuzinho vermelho, fosse anexada outra fábula, muito semelhante, mas nessa, a cor do chapeuzinho seria amarelo, o lobo mau seria um bicho papão e a vovó seria uma tia-avó doente.



            Não acredita? Tente, uma vez na vida, ler esse livro empoeirado que você nem lembra qual foi a ultima vez que tirou de cima da cabeceira da cama, mas que você defende com todas as suas forças, como se conhecesse cada página, só porque um dia te disseram que tudo que estava escrito ali era a verdade absoluta, e, por ser muito grande, você ficou com preguiça de ler pra ter certeza.

            Como eu disse no texto anterior, na primeira versão da criação, Deus criou: A Terra e o Céu; a luz; o Céu (sic); Os continentes e os mares; as plantas; O Sol, a Lua e as estrelas; Os animais aquáticos e as aves; os animais terrestres e finalmente os humanos (homem e mulher, juntos).

            O segundo capítulo é um pouco mais confuso. Mas diz que, quando Deus terminou sua criação, ainda não haviam plantas, pois Ele ainda não tinha feito chover, e não tinha ninguém para lavrar a terra. Isso mesmo, aqui, Deus ainda não havia criado os humanos, nem a chuva, mas já tinha feito as plantas com necessidade de chuva, e de humanos. O que só pode ser explicado com a onisciência: Deus já sabia que iria criar os homens e as chuvas, pois conhece o futuro, por isso já fez as plantas assim. Usarei isso mais tarde.

            Então, Deus fez Adão(rimou), pegando o pó da terra (barro), e soprando-lhe as narinas, o dando vida; criou o Jardim do Éden, com um monte de árvores frutíferas (que, por algum motivo, não precisaram de chuva nem de terra lavrada) e é claro, a Árvore da Ciência e do Conhecimento do Bem e do Mal.
Quero dar um ênfase nessa parte, pois ela me chamou bastante a atenção. Será ironia que, o que a Bíblia diz ser “o Pai e a mãe de todos os pecados” seja justamente a ciência e o conhecimento? Isso me parece muito com uma defesa, tal qual a de um animal selvagem encurralado. No fundo até faz sentido, pois quando se prova do conhecimento, automaticamente você se afasta de Deus, cada avanço científico, é um tapa na cara da Igreja, pois derruba ideais tidos como certos por religiosos e diminui o “trabalho” de Deus (fenômeno conhecido como “Deus das Lacunas”) . 

Segundo a Bíblia, a terra é plana, tem cerca de 6 mil anos e permanece parada, enquanto o sol e a lua giram em torno dela. Isso é considerado idiotice nos dias de hoje, mas já foi considerado verdade absoluta, e derrubar essas teorias não foi nada fácil.
Agora imagine a situação do clero quando foi provado que o que eles falavam não passava de um monte de abobrinhas; quanta gente simplesmente pensou: “Se eles mentiram sobre isso, por que não podem estar mentindo sobre o resto?”. 
Por isso que a ciência e a religião jamais conseguirão andar juntas, o trabalho da ciência (mesmo que indiretamente) é desmentir a religião, e o da religião, sobreviver, apesar dos fatos e as custas da ignorância.
Bem, voltando a nossa historia, então Deus disse que o homem poderia gozar de tudo que houvesse no paraíso, com exceção da árvore do conhecimento. Aí temos um novo impasse.


A pergunta é, seu Deus não queria que o homem comesse do fruto, por que o fez? Qual a sua utilidade?


As respostas comuns são as seguintes:
a)  Livre-Arbítrio: Deus fez a árvore para que o homem pudesse escolher, mas (spoiler) graças a sua onisciência, ele já sabia, desde o inicio, que o homem comeria o fruto! Ele fez o homem e definiu todas as suas características, e, como se não bastasse, ainda fez a serpente! Se, mesmo antes da criação do universo, já estava definido que Adão comeria o fruto, cadê o livre-arbítrio? E se isso é uma coisa tão ruim, e resultou em tantas punições para a humanidade em geral, por que Deus, sabendo que tudo isso iria acontecer, não fez de maneira diferente, sem alterar o livre-arbítrio? Por que ele criou um humano e colocou a tentação lá, sabendo que ele não resistiria e bilhões de pessoas inocentes sofreriam por causa disso futuramente, podendo (com toda a sua onipotência) simplesmente mudar um detalhe e tornar o mundo perfeitamente bom? Eu enxergo quatro respostas: Ele não é onisciente (não sabia que Adão comeria o fruto); não é onipotente (não poderia mudar o destino); não é tão bondoso (fez de tudo para que Adão se ferrasse mesmo, só pra poder castigar todo mundo); e, a que me parece mais viável, Ele não existe! Isso tudo não passa de uma historia mal contada pra explicar algo que a ciência ainda não conseguiu explicar com certeza, e como foi inventada a milhares de anos, por pessoas ignorantes e sem conhecimento nenhum (embora com alguma criatividade), acabou saindo essa porcaria que aqui lemos e que muita gente ainda acredita, com o pretexto da “Fé – Quanto mais difícil de acreditar, melhor, mesmo que seja idiotice”. Pois uma boa noticia para você, é idiotice

b)  Deus estava testando Adão, assim como fez posteriormente com Abraão: Ambas as duas histórias, se é que na primeira realmente  a intenção era testar Adão, apenas provam a fabilidade e contradição da Bíblia. Vamos aos fatos: Deus, mesmo antes de criar o mundo, sabia que criaria a árvore, Adão, e sabia que este comeria do fruto (onisciência, lembra?); Ele fez Adão com todas as suas características, inclusive seus defeitos, portanto, mesmo que não conhecesse o futuro, deveria saber que Adão cairia em tentação, caso houvesse alguma, pois fez Adão vulnerável a elas. Então, qual a necessidade de um teste? Por que não expulsá-lo direto do Éden?
Basicamente, porque não teria um motivo pra expulsar ninguém, Ele não poderia simplesmente dizer: “Você esta expulso do Paraíso porque, se eu tivesse colocado a árvore lá, você teria comido o fruto”, mas aí é que está, seguindo esse raciocínio, o que Ele sempre quis, foi expulsar Adão do Paraíso, só precisava de um motivo. O mesmo ocorreria nos nossos dias de hoje, não é questão de livre-arbítrio, Deus coloca as tentações na sua vida para que você peque e Ele tenha um motivo pra te ver queimando no inferno! Isso não faz muito o tipo de um Deus pai, bondoso e piedoso.

            Voltando para a história novamente (está difícil me manter no foco hoje), Deus pediu para que o homem desse nome para todos os seres viventes na Terra (coisa que não foi feita até hoje, já que estima-se que apenas 1,5 milhões das 10 milhões de espécies existentes já tenham sido catalogadas), depois de todo o trabalho feito (ou pelo menos um décimo dele), Deus fez com que Adão caísse em sono pesado, para retirar-lhe uma costela e fazer a sua companheira, Eva (uma coisa que me intriga é essa necessidade de obra-prima, por que Deus usou barro pra fazer Adão e uma costela pra fazer Eva, se ele simplesmente pode fazer as coisas aparecerem do nada?).
            Então, veio a serpente, que, sabe Deus por qual motivo, resolveu fazer com que ambos comessem do fruto proibido, enquanto Deus dava uma voltinha no paraíso (o que deve ter demorado pra acontecer, já que Deus é onipresente e está em todos os lugares). Depois de terem comido o fruto, Adão e Eva descobriram que estavam nus, se esconderam e Deus, com toda sua ironia perguntou: “Onde estás?”(note que Deus é onisciente, sabe tudo! Mas é claro, Ele tinha que fingir que não sabia de nada, para que tivesse alguma graça). Adão explicou que estava com vergonha por estar nu (o que é bastante sarcástico, quando não existem roupas) e Deus, gozando novamente do seu senso de humor divino perguntou: “comesses da árvore que te ordenei não comesses?”, Adão, que agora tinha algum conhecimento, jogou a culpa pra cima da pobre Eva, que, também muito esperta, dedurou a serpente, no fim, todos foram castigados, e amaldiçoados

A serpente (criando inimizade entre ela e os humanos – matem as cobras e obrigando-se a rastejar), Eva (multiplicando-lhe a dor do parto e a submetendo ao homem) e Adão (expulsando-o do Éden), notem que Deus é um tanto quanto machista, mas, afinal, ele é homem. Uma vez expulsos do paraíso, Adão e Eva viveram felizes para sempre, ou nem tanto, mas isso é uma historia um outro dia, em um outro texto.

            Como sempre, a Bíblia, verdade absoluta e palavra de Deus, se mostra cheia de contradições, falhas ridículas e historinhas pra boi dormir. O que eu posso concluir disso é que se um livro já começa de maneira tão idiota, provavelmente o que segue não tende a ser muito bom. Definitivamente ele não deveria ser tomado como modelo, tampouco ter algum valor histórico. Mas, infelizmente, não é isso que acontece. 
            Por ora é só, muito obrigado pela atenção, espero não ter ofendido ninguém, e, acima de tudo, espero que você tenha lido com a mente aberta, refletindo, mesmo que por apenas alguns segundos. Meu principal objetivo não é converter, mas incitar o raciocínio crítico. Se você concorda ou discorda de mim, e tem algum argumento que não sejam ameaças e xingamentos, terei prazer de lê-los e respondê-los nos comentários.
“Se mais cristãos lessem a Bíblia, existiriam menos cristãos” Derek W. Clayton


Tirinhas do ótimo blog,  Um Sábado Qualquer.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Que mundo vivemos?


Que mundo vivemos onde reclamamos de nosso emprego ou da ausência de um?
Que mundo vivemos quando temos várias obrigações ou quando não temos nenhuma e reclamamos da mesmice e o tédio da vida?
Quando nos olhamos no espelho e sempre vemos defeito, por mais que seja insignificante;
Quando queremos alguém e quando temos não damos valor ou damos após perder-la por uma tolice;
Por não dar valor ao que deveria dar, e fazer tempestade no copo d'agua por coisas fúteis?
Por deixar de fazer grandes coisas pelo fato de ter medo do que irão pensar ou falar de você;
Tão pouco sabemos e muito reclamamos...



domingo, 1 de novembro de 2009

Campanha UNA: Mostre a Sua Cara

A UNA (União Nacional dos Ateus) está organizando uma campanha: Ateu Mostre Sua Cara. Vejam o vídeo para entender melhor:

Eu achei ótima a iniciativa, e estou pensando em fazer o meu video! Faça o seu também! ;)